sexta-feira, 29 de maio de 2009

A dramatização e o Dia da Criança


O Dia da Criança é já no próximo dia 1 de Junho (Segunda-feira) e como eu gostaria de o vivenciar com os meninos onde decorreu o meu estágio curricular no presente ano lectivo. Infelizmente, tal não é possível, visto que terei que me empenhar na realização no trabalho de pesquisa exploratória a entregar no final do ano lectivo.

Contudo, por momentos imaginei o que gostaria de fazer nesse dia e cheguei à conclusão que adoraria ser uma das personagens de uma peça de teatro em que as crianças eram os espectadores.
Esta era uma prática comum na instituição onde realizei o estágio, pois no início de cada projecto, as educadoras e as estagiárias t
ransformavam-se em diversas personagens e encantavam os mais pequenos com as dramatizações.

Um aspecto que se deverá ter em conta quando a criança tem o papel de espectador, é a capacidade de improviso que deveremos ter enquanto personagens, deveremos estimula-las “fortemente” e de forma diversificada para conseguirmos cativar a atenção das mesmas. “Apesar de não saber qual a resposta parece-me importante chamar a atenção para o modo como a criança recebe o espectáculo – como o chamado público popular, a regra do silêncio não existe para a criança. Ela participa, chora, ri, comenta, etc.” (Nóvoa, 1994, p.36)

Como disse Stanislavski, “representar para crianças é como representar para adultos, mas melhor.”

Não é que seja mais complicado tendo-as como espectadoras mas é necessário um maior cuidado, um “tratamento” especial, pois como sabemos a crianças é muito expontânea e quando não gosta de algo, quando não se encontra motivada, não há nada que a “prenda” à peça.


Acho que seria uma boa forma de comemorar este dia com aquele grupo, que demonstra muito interesse pelas dramatizações a que assistem e que inclusive gosta muito de as recontar ou até mesmo inventar as suas próprias histórias para depois realizar os seus teatros de fantoches.

Finalmente, um desabafo...

TENHO TANTAS SAUDADES!!!


quinta-feira, 28 de maio de 2009

A criança portadora de Trissomia 21 deve frequentar o ensino regular ou o ensino especial?




Uma das maiores preocupações dos pais das crianças portadoras de Trissomia 21 é a evolução do desenvolvimento cognitivo da crianças, por isso momentos como a entrada dos seus filhos na educação pré-escolar e/ou 1ºciclo são demasiado importantes e marcantes.

A entrada da criança no Jardim-de-Infância origina nos pais receios relacionados com a adaptação e protecção dos seus filhos.

Considero que o ingresso da criança no ensino pré-escolar regular é muito positivo, sobretudo quando a inclusão é bem feita, pois isto ajuda muito o desenvolvimento da criança, principalmente no que diz respeito a cognição, a linguagem, as habilidades motoras e a socialização.

Quando a criança entra no 1ºciclo surgem novas questões que sensibilizam pais e educadores.


Ensino regular ou ensino especial?


Se de um lado, a criança tem muito a ganhar em termos sócio-afetivos permanecendo no ensino regular, na maioria das vezes, estas escolas têm poucas alternativas para oferecer a estes alunos na apreensão dos conteúdos em sala de aula. Em contraste, as escolas especiais que, cada vez são mais escassas, colocam a criança em um ambiente muito protegido e algumas vezes segregador, no entanto, foca-se mais no seu aprendizado formal, usando as ferramentas adequadas para a sua aprendizagem. Então, por que lado optar?


Estas crianças, tais como as ditas "normais", são muito difenrentes entre si, tanto ao nível da personalidade, como ao nível dos interesses e habilidades.

Cabe aos pais escolherem uma escola que vá de encontro aos interesses e habilidades do seu filho.


O preconceito é algo que ainda está bem presente na sociedade portuguesa, e contínua a existir discriminação em relação à criança com NEE. As escolas regulares deveriam ser capazes de receber crianças com NEE sem restrições.


Mas será que todas elas estão prontas para receber um aluno "diferente"?


Considero que a criança deve estar numa escola em que se sinta segura e bem recebida, pois este ambiente de receptividade é fundamental para todos nós, principalmente naquilo que diz respeito à nossa aprendizagem. Devemos apostar na defesa de um ambiente escolar inclusivo, pois só isso levará a uma sociedade inclusiva.

A experiência de conviver com um amigo com síndrome de Down é riquissíma para qualquer criança, pois aprendem conceitos como, diversidade, solidariedade e respeito.

Deixem as vossas opiniões

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Trissomia 21 ou Síndrome de Down


O que é a trissomia 21?
A trissomia 21 é caracterizada pela existência de um cromossoma a mais no par 21 e acontece devido a uma divisão celular atípica que produziu um óvulo ou espermatezóide com 24 cromossomas em vez de 23. Quando este óvulo ou espermatozóide de fundem com um óvulo ou espermatozóide normais, a primeira célula do bebé em desenvolvimento tem 47 cromossomas em vez de 46 e todas as células desse bebé terão 47 cromossomas. (95% dos casos de trissomia 21).
Outras causas para um indivíduo ser portador são a Translocação Robertsoniana, em que a alteração envolve geralmente os pares 14 e 21, onde parte do cromossoma 14 é substituído pelo cromossoma 21 extra (3% a 4% dos casos) e ao Mosaicismo, no qual são encontradas células com um conjunto normal de cromossomas e células com trissomia 21(1% dos casos).

Características físicas dos portadores de Trissomia 21

  • Apresentam a cabeça menor do que as outras crianças, na maioria dos casos com braquicefalia (levemente achatada);
  • podem existir áreas com falta de cabelo (alopecia parcial) ou, mais raramente, alopecia total;
  • os ossos faciais encontram-se pouco desenvolvidos, o nariz é pequeno e os olhos apresentam as pálpebras estreitas e oblíquas;
  • as orelhas são pequenas, com a estrutura ocasionalmente alterada e os canais do ouvido mais estreitos;
  • a boca é pequena, o palato estreito e a língua larga e estriada;
  • a erupção dentária geralmente é atrasada e os dentes surgem mal implantados;
  • o tórax tem um aspecto alterado, com o osso peitoral afundado ou projectado; as mãos e os pés tendem a ser pequenos e grossos;
  • a pele é geralmente clara e sensível ao frio.

Desenvolvimento das crianças com Trissomia 21

A sequência do desenvolvimento da criança com trissomia 21 geralmente é bastante semelhante à de crianças sem a síndrome e as etapas e os grandes marcos são atingidos, embora em um ritmo mais lento. Esta demora para adquirir determinadas habilidades pode prejudicar as expectativas que a família e a sociedade tenham da pessoa. Durante muito tempo estas pessoas foram privadas de experiências fundamentais para o seu desenvolvimento porque não se acreditava que eram capazes. Todavia, atualmente já é comprovado que crianças e jovens Trissomia 21 podem alcançar estágios muito mais avançados de raciocínio e de desenvolvimento.

Wishart (1998) considera que os resultados da sua investigação suportam a visão de que existem diferenças significativas na forma como o desenvolvimento se processa, nomeadamente a nível do que o autor denominou o “estilo” de aprendizagem destas crianças. Wishart define alguns aspectos que parecem caracterizar o seu desenvolvimento cognitivo, nomeadamente o uso crescente de estratégias de evitamento, ao defrontarem-se com desafios cognitivos, fraco uso de capacidades de resolução de problemas, dificuldade em consolidar capacidades cognitivas recém-adquiridas e uma relutância crescente em tomar iniciativas na aprendizagem.
Apesar da perspectiva diferente com que se encara hoje a problemática da trissomia 21 é importante não esquecer as limitações biológicas severas colocadas ao desenvolvimento destas crianças pela anomalia genética (Wishart, 1998) e é evidente que este se processa de forma diferente das crianças com desenvolvimento típico, demonstrando dificuldades a nível da cognição, linguagem, motricidade e autonomia pessoal.


"As pessoas com síndrome de Down não são doentes. Não "sofrem de", "padecem de" nem são "vítimas de" síndrome de Down.
As pessoas têm síndrome de Down"
Devenny,1992
Visite o site da Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21 e a Associação de Portadores de Trissomia 21 do Algarve - APATRIS 21

terça-feira, 26 de maio de 2009

Conceito de Sombra


No âmbito da cadeira de Actividades e Recursos em Ciências (3º ano) foi solicitada a criação de um livro sobre diversos temas, como a camuflagem, magnetismo, reciclagem, ovíparos, electricidade e sombras.

O meu grupo de trabalho ficou responsável por desenvolver um livro sobre o conceito de sombra.

No 1º semestre, fizemos diversas pesquisas para aprofundar os nossos conhecimentos acerca do conceito de sombra e posteriormente realizámos alguns questionários/actividades (20 crianças, de 4-5 anos) que nos permitiram conhecer as concepções que estas possuiam acerca do tema.

No 2º semestre, após o tratamento de dados e uma reflexão sobre as concepções das crianças, o grupo delineou a história para o seu livro.

Foi um processo bastante complexo, desde o escolher das personagens e habitat (pesquisar acerca das mesmas), construir o cenário, fazer as pesonagens (com diversos materiais). etc.

O texto talvez pudesse ser bem melhor, digo-vos construir um livro não é nada fácil, principalmente um livro infantil, pois todos os pormenores são relevantes e têm bastante significado.

Deixo-vos aqui a apresentação em PPT das concepções das crianças, a história "A cobra misteriosa da Ria Formosa" e algumas fotografias das personagens.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Olá Mamã! Olá Papá!


Projecto "Uma Janela Aberta À Família"

Ainda não sou mãe mas tenho plena consciência que ser mãe ou pai pode ser muito difícil... Mas é a tarefa MAIS IMPORTANTE que temos para cumprir!

A ARS Algarve e o IDT Algarve iniciaram em Setembro de 2007, um projecto de apoio continuado aos pais assente no pressuposto simples de ser a família o primeiro grande suporte afectivo e de aprendizagem social da criança.
Sendo assim, pretende-se que a prevenção relativamente aos comportamentos desviantes infantis ou juvenis, se estenda sobretudo à raiz do problema, e se centre o quanto antes, o mais precocemente possível.
Por outro lado, apesar da educação de uma criança se tratar de uma função inerente e natural ao ser humano, também é verdade que é uma tarefa difícil e os pais acabam por se sentir muitas vezes perdidos. Ainda que bem intencionados, nem sempre darão as respostas mais adequadas, podendo induzir situações de risco para o desenvolvimento ajustado dos seus filhos.
Se a ciência dá algumas respostas, porque não fornecê-las aos pais, ainda por cima, quando se trata de os ajudar a fazer aquilo que porventura será a tarefa mais importante da Humanidade: educar um filho, e assim influenciar a felicidade de um ser humano, ou até, pelas suas interacções futuras, a felicidade de muitos outros seres humanos!
A esmagadora maioria das mães algarvias (e portuguesas) tem o seu bebé num hospital público. Nestes momentos de contacto com os pais, será oferecida uma "brochura" com algumas orientações simples sobre a educação das crianças, com alguns endereços postais e electrónicos para os quais poderão comunicar as questões que entenderem através de carta em papel ou e-mail.
Caso os pais acedam em oferecer o seu endereço postal ou endereço email, o projecto contactá-los-á com uma periodicidade anual, na qual faremos o envio de informações simples, mas adaptada à idade da criança.

Para mais informações, consulte o site do projecto clicando na imagem acima.

Divulgue este projecto junto da sua comunidade (familiares, vizinhos, pais das crianças, etc.)

"É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança."

Provérbio Africano

O acto de educar tem como finalidade a educação integral, no sentido de fazer crescer a humanidade de quem aprende, potenciando competências para facilitar a felicidade, e esta só se conseguirá através de um viver convictamente comunitário.

Vive-se e aprende-se numa comunidade; só em comunidade se pode educar. Estou convencida que é praticamente impossível um ser humano poder crescer, tornar-se pessoa realizada e ser feliz isoladamente ou de costas voltadas para os outros.

Digo não ao individualismo, sendo esta uma das razões da criação deste blog.

"Aqueles que passam por nós não vão sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós."

Antoine de Saint-Exupéry

domingo, 24 de maio de 2009

Até quando, o uso da fralda?


Quando a criança completa o ano e meio de vida, quase todos os pais começam a preocupar-se e a perguntar qual o momento apropriado para lhe tirar a fralda.

Até quando é que o meu filho usará fraldas? Quando estará preparado para começar a fazer o controlo dos esfíncteres? Como devo fazer?

Estas são algumas das questões mais frequentes com que nos deparamos, tanto enquanto pais, como enquanto educadores e, se bem que não seja possível dar respostas precisas, podemos dar algumas orientações a seguir acerca deste assunto.

O facto de a criança poder controlar os seus esfíncteres significa que exerce um determinado controlo sobre as suas necessidades e impulsos uretrais e anais e isto implica uma modificação, uma transformação no seu desenvolvimento.

A criança passa de uma completa liberdade em tudo o que se refere à evacuação a adaptar-se a normas de higiene vigentes no seu meio. Esta passagem pressupõe um progresso de aprendizagem e, como tal, o resultado e o êxito do mesmo dependem de vários factores.

1. A criança deverá estar fisicamente madura para iniciar o processo de controlo dos esfíncteres. Será necessário que a criança tenha alcançado a maturidade e a coordenação dos músculos do intestino e da bexiga para poder relaxá-los e contrái-los voluntariamente. Deverá ser capaz de perceber a necessidade orgânica e responder a ela com um acto, não já reflexo, mas voluntário.

Considera-se que a criança por volta dos 18 meses, aproximadamente, está organicamente capacitada para esta aprendizagem. As tentativas de pôr em prática essa aprendizagem em datas mais precoces podem ser contraproducentes e frustrantes, tanto para a criança como para os seus pais.

2. A criança deverá ter maturidade emocional suficiente; não só deverá compreender o que os seus pais pretendem que ela faça mas, também, terá que estar disposta a dar-lhes esse prazer, a “presentear ou não os seus progenitores com este gesto de amor”.

Assim como, anteriormente, as relações com os objectos do mundo passavam, na criança, através da oralidade, agora ela concentra toda a sua atenção nos seus excrementos: “co-có” e “chi-chi” têm para ela muito valor, assim como, também, o que se possa fazer com eles.

No ínicio, esta aprendizagem está fortemente ligada às relações da criança com os seus pais e a atitude deles face a este feito. Com o decorrer do tempo, tornar-se-á autónoma do meio familiar e passará a fazer parte das normas sociais.

3. Outra coisa muito importante a ter em conta é a atitude dos pais perante este tema, a sua capacidade para acompanhar e apoiar a criança e para conceber esta aprendizagem como um processo que a conduzirá à socialização.

É evidente que não será o mesmo para uma criança enfrentar pais compreensivos e sensíveis às suas necessidades e dificuldades, que tolerem os seus fracassos e encoragem os seus triunfos, do que sofrer a tensão gerada por pais exigentes ou excessivamente ansiosos e que transformem este processo numa situação hostil e angustiante.

O treino do controlo dos esfíncteres é um processo de aprendizagem que trará consigo avanços e recuos e um tempo que será singular para cada criança.

Como todo o treino, vai requerer dedicação, perseverança e paciência por parte dos pais.



Mariela Pascual – Licenciada em Psicologia

e-mail: pascualmariela@starmedia.com

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