domingo, 24 de maio de 2009

Até quando, o uso da fralda?


Quando a criança completa o ano e meio de vida, quase todos os pais começam a preocupar-se e a perguntar qual o momento apropriado para lhe tirar a fralda.

Até quando é que o meu filho usará fraldas? Quando estará preparado para começar a fazer o controlo dos esfíncteres? Como devo fazer?

Estas são algumas das questões mais frequentes com que nos deparamos, tanto enquanto pais, como enquanto educadores e, se bem que não seja possível dar respostas precisas, podemos dar algumas orientações a seguir acerca deste assunto.

O facto de a criança poder controlar os seus esfíncteres significa que exerce um determinado controlo sobre as suas necessidades e impulsos uretrais e anais e isto implica uma modificação, uma transformação no seu desenvolvimento.

A criança passa de uma completa liberdade em tudo o que se refere à evacuação a adaptar-se a normas de higiene vigentes no seu meio. Esta passagem pressupõe um progresso de aprendizagem e, como tal, o resultado e o êxito do mesmo dependem de vários factores.

1. A criança deverá estar fisicamente madura para iniciar o processo de controlo dos esfíncteres. Será necessário que a criança tenha alcançado a maturidade e a coordenação dos músculos do intestino e da bexiga para poder relaxá-los e contrái-los voluntariamente. Deverá ser capaz de perceber a necessidade orgânica e responder a ela com um acto, não já reflexo, mas voluntário.

Considera-se que a criança por volta dos 18 meses, aproximadamente, está organicamente capacitada para esta aprendizagem. As tentativas de pôr em prática essa aprendizagem em datas mais precoces podem ser contraproducentes e frustrantes, tanto para a criança como para os seus pais.

2. A criança deverá ter maturidade emocional suficiente; não só deverá compreender o que os seus pais pretendem que ela faça mas, também, terá que estar disposta a dar-lhes esse prazer, a “presentear ou não os seus progenitores com este gesto de amor”.

Assim como, anteriormente, as relações com os objectos do mundo passavam, na criança, através da oralidade, agora ela concentra toda a sua atenção nos seus excrementos: “co-có” e “chi-chi” têm para ela muito valor, assim como, também, o que se possa fazer com eles.

No ínicio, esta aprendizagem está fortemente ligada às relações da criança com os seus pais e a atitude deles face a este feito. Com o decorrer do tempo, tornar-se-á autónoma do meio familiar e passará a fazer parte das normas sociais.

3. Outra coisa muito importante a ter em conta é a atitude dos pais perante este tema, a sua capacidade para acompanhar e apoiar a criança e para conceber esta aprendizagem como um processo que a conduzirá à socialização.

É evidente que não será o mesmo para uma criança enfrentar pais compreensivos e sensíveis às suas necessidades e dificuldades, que tolerem os seus fracassos e encoragem os seus triunfos, do que sofrer a tensão gerada por pais exigentes ou excessivamente ansiosos e que transformem este processo numa situação hostil e angustiante.

O treino do controlo dos esfíncteres é um processo de aprendizagem que trará consigo avanços e recuos e um tempo que será singular para cada criança.

Como todo o treino, vai requerer dedicação, perseverança e paciência por parte dos pais.



Mariela Pascual – Licenciada em Psicologia

e-mail: pascualmariela@starmedia.com

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