A trissomia 21 é caracterizada pela existência de um cromossoma a mais no par 21 e acontece devido a uma divisão celular atípica que produziu um óvulo ou espermatezóide com 24 cromossomas em vez de 23. Quando este óvulo ou espermatozóide de fundem com um óvulo ou espermatozóide normais, a primeira célula do bebé em desenvolvimento tem 47 cromossomas em vez de 46 e todas as células desse bebé terão 47 cromossomas. (95% dos casos de trissomia 21).
Outras causas para um indivíduo ser portador são a Translocação Robertsoniana, em que a alteração envolve geralmente os pares 14 e 21, onde parte do cromossoma 14 é substituído pelo cromossoma 21 extra (3% a 4% dos casos) e ao Mosaicismo, no qual são encontradas células com um conjunto normal de cromossomas e células com trissomia 21(1% dos casos).
Características físicas dos portadores de Trissomia 21
- Apresentam a cabeça menor do que as outras crianças, na maioria dos casos com braquicefalia (levemente achatada);
- podem existir áreas com falta de cabelo (alopecia parcial) ou, mais raramente, alopecia total;
- os ossos faciais encontram-se pouco desenvolvidos, o nariz é pequeno e os olhos apresentam as pálpebras estreitas e oblíquas;
- as orelhas são pequenas, com a estrutura ocasionalmente alterada e os canais do ouvido mais estreitos;
- a boca é pequena, o palato estreito e a língua larga e estriada;
- a erupção dentária geralmente é atrasada e os dentes surgem mal implantados;
- o tórax tem um aspecto alterado, com o osso peitoral afundado ou projectado; as mãos e os pés tendem a ser pequenos e grossos;
- a pele é geralmente clara e sensível ao frio.
Desenvolvimento das crianças com Trissomia 21
A sequência do desenvolvimento da criança com trissomia 21 geralmente é bastante semelhante à de crianças sem a síndrome e as etapas e os grandes marcos são atingidos, embora em um ritmo mais lento. Esta demora para adquirir determinadas habilidades pode prejudicar as expectativas que a família e a sociedade tenham da pessoa. Durante muito tempo estas pessoas foram privadas de experiências fundamentais para o seu desenvolvimento porque não se acreditava que eram capazes. Todavia, atualmente já é comprovado que crianças e jovens Trissomia 21 podem alcançar estágios muito mais avançados de raciocínio e de desenvolvimento.
Wishart (1998) considera que os resultados da sua investigação suportam a visão de que existem diferenças significativas na forma como o desenvolvimento se processa, nomeadamente a nível do que o autor denominou o “estilo” de aprendizagem destas crianças. Wishart define alguns aspectos que parecem caracterizar o seu desenvolvimento cognitivo, nomeadamente o uso crescente de estratégias de evitamento, ao defrontarem-se com desafios cognitivos, fraco uso de capacidades de resolução de problemas, dificuldade em consolidar capacidades cognitivas recém-adquiridas e uma relutância crescente em tomar iniciativas na aprendizagem.Apesar da perspectiva diferente com que se encara hoje a problemática da trissomia 21 é importante não esquecer as limitações biológicas severas colocadas ao desenvolvimento destas crianças pela anomalia genética (Wishart, 1998) e é evidente que este se processa de forma diferente das crianças com desenvolvimento típico, demonstrando dificuldades a nível da cognição, linguagem, motricidade e autonomia pessoal.
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